Dívida portuguesa: A grande confusão
Devo confessar que , eu próprio , me sinto impotente perante tanto caos. Não entendo , de facto, porque é que o Banco de Portugal ou o Ministério das Finanças não esclarece matéria tão importante.
Deixarei aqui de lado considerações sobre o stock de dívida bruta que poderá ver noutro post. Vou concentrar-me na análise dos vários fluxos teoricamente (digo teoricamente, porque não há condição de os pagar) exigíveis em 2011.
1) Financiamento da dívida pública ao longo de 2011 será de € 49.8 mil milhões, sendo € 21.5 mil milhões em O.Ts e € 28.3 mil milhões em B.Ts.
2) Financiamento ( já existente) do BCE a Portugal é de cerca de € 23 mil milhões no Securities Markets Program (comprando OTs portuguesas).
3) Financiamento (já existente) do BCE aos bancos portugueses STF/REPOS (apoio de liquidez) de cerca de € 40 mil milhões.
4) Financiamento do Banco de Portugal (já existente) a REPOS de OTs com o Tesouro de cerca de € 2 mil milhões.
5) Financiamento (já existente mas nunca revelado publicamente) do Banco de Portugal aos bancos portugueses na EMERGENCY LENDING ASSISTANCE, estimado na ordem dos € 10 mil milhões
6) Refinanciamento no mercado internacional dos bancos portugueses em 2011, sendo que só no primeiro trimestre serão necessários € 7 mil milhões.
O somatório de 1 a 6 é a necessidade de financiamento calculada muito por baixo, pois falta ainda incluir o sector empresarial.
A atenção deveria antes estar noutro sítio, como é que um agente que se diz “regulador” não tem poder para, de facto, regular.
Ele há mistérios …
Perante um cenário catastrófico deste calibre…Portugal entrará em “default”.
Quem será o 1º da lista ??? O Estado ou o sistema financeiro ?